Apesar do estigma da palavra hacker, a filosofia hacker se trata basicamente de utilizar conhecimentos para explorar e modificar o mundo, atingir objetivos por meios criativos e inusitados.
No início, era a ideia de ser aficionado por novas tecnologias e descobrir novas formas de lidar com elas. A própria palavra hack, em inglês, significa algo como “cortar em pedações”, ou seja, juntar pedaços de tecnologia para um objetivo diferente. Assim, também pode ser visto como cortar em pedaços para conseguir atravessar sistemas, trilhar um caminho para chegar ao pote de ouro no fim do arco-íris.
Outro ponto que hoje tem perdido força – já que hackear sistemas tornou-se um negócio rentável – é a disseminação e compartilhamento de informações. Mas dentro da filosofia hacker ainda cabe este item; pois é compartilhando achados, códigos e informações que hackers trabalham (ou se divertem).
E também temos que compreender que hackers não estão atrelados a monopólios institucionais, leis ou governos, logo, a liberdade é outro ponto importante para compor a filosofia hacker, que chega ao ponto de desligar-se de valores, moral e tabus. E é um ponto muito motivante para o hacker, uma vez que estas coisas podem atrasar ou impedir o desenvolvimento do conhecimento, da sociedade e dos indivíduos.
A resposta curta: Liberdade, criatividade, paixão e colaboração aplicadas para o desenvolvimento.
Podemos aplicar esta filosofia hacker em todos os aspectos de nossas vidas, ter uma visão hacker em nossas tarefas cotidianas, procurando pensar em alternativas para facilitar nosso dia a dia extrapolando as limitações que achamos ter. Tudo de forma muito positiva e sem atrapalhar a vida de todo mundo, afinal, outro ponto importante da filosofia hacker é a discrição, ou seja, não chamar atenção.
Mas o lugar mais rico para a filosofia hacker são as empresas. Podemos aplicar técnicas hackers para processos e tentar melhorá-los, ou incrementar produtos encontrando modos criativos de quebrar paradigmas e buscar um bem maior para todos.
Para que isso seja possível, é preciso um ambiente que permita que este tipo de pensamento se desenvolva, algo que a maioria das empresas sofre para conseguir, pois falta confiança no potencial humano ou receio de perder receita, ter prejuízo e não dar certo. O que não pode acontecer nestes ambientes é achar que os problemas são “normais”, como a máquina que sempre quebra, o computador que tem que ser reiniciado várias vezes, não podem passar a ser tolerados ou amortecidos por uma gestão que faz vista grossa ou que não dá relevância aos problemas.
O princípio básico é que profissionais que conhecem os pequenos detalhes de sua atividade são os que mais tem capacidade de identificar possíveis melhorias. Desafiando-os a serem criativos, podem conseguir resultados surpreendentes!
Uma base para a filosofia hacker é a motivação; enquanto fora do mundo empresarial a motivação está no reconhecimento ou no benefício que o hacking vai trazer, no âmbito empresarial a motivação deve partir sobretudo da gestão, que tem um papel importante em apoiar e incentivar de maneira certa as pessoas a trazer as melhorias e confrontar os modelos estabelecidos e buscar modos de entortá-los, sem quebrá-los, para conseguir resultados ainda melhores.
Então, bora hackear a Matrix?