Aline Rodrigues Sanches é Head of Fraud Prevention na Oakmont Group, uma grande parceira Minds Digital no ecossistema antifraude que estamos construindo dentro e fora do Brasil, com o objetivo de proteger as pessoas e as empresas.
Na entrevista, Aline aponta caminhos para as companhias que investem nas áreas de risco e experiência do cliente, a fim de economizar tempo e dinheiro, garantir fluidez no atendimento e, claro, prevenir prejuízos com possíveis golpes em suas jornadas.
Além disso, ela nos mostra tendências de mercado muito valiosas. Acompanhe!
Aline: Com o avanço da tecnologia e a crescente inclusão das pessoas no meio digital, as empresas enfrentam desafios significativos em relação à proteção de dados e prevenção de fraudes. Observamos um aumento na sofisticação das ameaças cibernéticas e uma complexidade considerável nos ambientes digitais, o que pode dificultar a interação com os usuários finais. Além disso, surgem discussões importantes sobre as regulamentações que envolvem a segurança versus privacidade. Para abordar essas questões, é crucial que as empresas se apoiem em tecnologias avançadas, como Inteligência Artificial (IA) e Aprendizado de Máquina (Machine Learning), capazes de identificar padrões de comportamento suspeitos em tempo real. Também é primordial a implementação de medidas de segurança em camadas, como a autenticação multifatorial (MFA) e a criptografia de dados.
Aline: A inclusão digital e a acessibilidade devem ser consideradas em tecnologias voltadas para a prevenção de fraudes, visando incluir o maior número possível de usuários na jornada digital. É essencial evitar lacunas de inclusão, que podem não contemplar todos os tipos de pessoas devido a diferenças étnicas e características físicas. Nesse sentido, a biometria de voz surge como uma solução que pode resolver esses desafios de inclusão e acessibilidade, além de contribuir para uma compreensão mais ampla do comportamento e contexto do usuário.
Aline: Acredito que para equilibrar a necessidade dessas soluções com uma experiência eficiente para o cliente, as empresas podem adotar medidas que integrem os departamentos de cibersegurança e prevenção de fraudes. Ao implementar soluções robustas em cibersegurança, como proteção de banco de dados, anti-phishing, micro segmentação de rede, monitoramento de marca, etc, os departamentos de prevenção de fraudes podem focar em segurança voltada para o usuário final. Ao colocar o cliente no centro das ações, desde o desenvolvimento de novos recursos até transações financeiras, é possível perceber suas interações e intenções, implementando soluções que não causem atrito excessivo, mantendo níveis avançados e adequados de segurança para diversos cenários. Isso constroi confiança para os usuários e dificulta a vida dos golpistas.
Aline: As principais tendências para os próximos anos incluem o uso de IA e Aprendizado de Máquina para fortalecer a análise de prevenção de fraudes, assim como a expansão de tecnologias biométricas mais avançadas, como a biometria de voz e a análise de padrões comportamentais. É fundamental investir em educação para equipes de segurança e usuários, fornecendo treinamentos que abordam novos golpes, práticas, padrões e tendências emergentes.
Aline: Um conselho valioso seria priorizar a colaboração entre as equipes de segurança (cibersegurança e prevenção de fraudes) e investir na educação dos usuários, além de aumentar a capacidade de inclusão para todos os cidadãos. Adaptar interfaces complexas aos usuários e implementar soluções de segurança com menos atrito são estratégias eficazes. A transparência na comunicação sobre medidas de segurança, a educação contínua dos usuários e a coleta de feedback são essenciais para construir uma cultura de segurança cibernética dentro da empresa. Além disso, estar atento às tendências do mercado e às inovações tecnológicas permitirá que a empresa se antecipe às ameaças emergentes e se adapte proativamente às mudanças no cenário de segurança.